Sport Club Internacional

Hoje, dia 14 de Dezembro de 2010, não é um dia normal. Não para mim.
Ao acordar, lembrei que meu time estava no mundial de clubes, e que pela segunda vez eu teria a chance de sentir aquela emoção. O jogo era de semi-final, talvez por isso eu não estava tão nervoso. Sem falarmos do adversário, que até então era completamente desconhecido.

Liguei a Televisão, como de costume, vesti a camisa do Inter e assentei-me ao lado de meu pai. Assim assistimos ao primeiro tempo, ou boa parte do primeiro tempo. Se não fosse uma queda no sinal da Tv a cabo. Perdemos uns dez minutos de jogo, o suficiente para mim entrar no twitter e trocar algumas palavras, digamos que, afiadas, com alguns amigos gremistas.

Voltei para a tv, e nada do sinal. Foi então que percebi que algo não estava certo; Não estou falando da tv, mas sim do dia de hoje.

Corri para a cozinha, e na televisão de lá acompanhei o finalzinho do jogo. Voltei para o twitter e novamente troquei palavras fortes com gremistas desocupados, que não tem culpa alguma de que seu time não os proporciona uma torcida mundial ou algo parecido. Então, em parte eu os entendo.

Sentado em meio a cozinha, assisto ao segundo tempo de jogo. Que não começou nada bem... O mazembe voltou com uma proposta de jogo, completamente agressiva e o Inter se sujeitou a ela. Aquilo parecia inacreditável, porque para mim, inacreditável é ver o meu time perder, se é que me entendem.

O Inter perdia e cada vez mais diminuía o ritmo. E eu não conseguia entender... O meu Inter, campeão de tudo, se entregando de maneira tão fácil? Eu estaria, ainda dormindo, como em 2006, quando sonhei que o Inter havia tomado 10x0 do barcelona?

O Inter parecia jogar em slow motion e aqueles africanos correndo como Nilmar em sua melhor fase pelo Inter. O 2x0 foi inevitável. Guiñazu, o peleador dos pampas que jamais havia se entregado, ficou com a coluna torta e viu o segundo gol, como se fosse normal. O jogo já passava dos 85 minutos, na contagem geral. Naquela altura do campeonato, vencer já não era mais uma opção, se tratando de futebol.

Acabou quando deveria ter começado, nem mil e um pesadelos, na terra das mil e uma noites, poderiam prever uma tragédia assim. A raiva, a tristeza, a decepção, um princípio de chôro... Tiveram uma passagem rápida por meus sentimentos. Foi então que percebi o que estava acontecendo.

Não tenho vergonha do que aconteceu. Meu time chegou lá! E no caminho, me proporcionou tantas alegrias... Os gols de Giuliano, os lances mágicos de D’alessandro, os carrinhos valentes de Guiñazu, os passes perfeitos de Kléber e cada vitória que em minha mente estarão registrados para sempre. Por que eu vi, não me contaram, eu posso contar, não preciso que me contem!

E é isso que me faz, cada dia mais, torcedor do Spor Club Internacional. São as oportunidades de vibrar, de gritar, de comemorar ou não. Por que só perde, quem joga.
Estar entre os quatro melhores do mundo não é vergonha. Vergonha é não sair do Sul e viver na sombra do passado. Eu vivo o presente e tenho orgulho disso!

Abraços do ainda mais colorado: Josiel